Powered By Blogger

quinta-feira, 29 de agosto de 2013

DIVINOS DONS





Porque Deus não nos deu o Espírito de temor, mas de fortaleza, de Amor e de Moderação.
II Timóteo, 1:7
Realmente, não foi o Pai Excelso quem nos instilou o Espírito do medo. Ao revés disso, conferiu-nos largamente a fortaleza da coragem, o amor e a moderação.
Todos somos, assim, dotados de recursos para desenvolver, ao infinito, os dons divinos da fortaleza que é valor moral, do Amor que é serviço incessante no bem e da moderação que define equilíbrio.
Entretanto, à maneira do operário que foge à máquina, acreditando receber impunemente o salário da oficina , sem o suor do trabalho, desertamos da responsabilidade, supondo obter sem paga os benefícios da vida, sem o esforço do próprio burilamento.
O operário, nessas circunstâncias, ganha vantagens materiais; contudo, na intimidade, permanece no nível da incompetência; e nós outros, em semelhante atitude, podemos desfrutar considerações do plano  terrestre, mas por dentro, estacamos na sombra da ignorância.
É por isso que geramos, em nosso prejuízo, o clima de medo, em que os monstros do egoísmo, da discórdia, do desespero e da crueldade se desenvolvem, tanto quanto a cultura de várias enfermidades prolifera na podridão.
Não te percas, desse modo, nas ideias inquietantes ou destruidoras do medo, capazes de operar a ruína dos melhores impulsos, porque se utilizas a fortaleza da coragem, o amor e a moderação – talentos de que o Senhor te investiu em favor do próprio aperfeiçoamento – seguirás para diante, na Terra e além da Terra, com a luz do coração e a paz da consciência.
       Para Ouvir clique aqui: http://www.portalser.org/category/sete-minutos/
Emmanuel


Livro: Palavras de Vida Eterna
Capítulo: 84 – Divinos Dons
Versículo: II Timóteo, 1:7

segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Nas Trilhas da Vida




Exoramos a Bênção do Pai Celeste para os que jazem nos sanatórios e nos presídios, a fim de que tolerem pacientemente as provas a que fizeram jus, segundo os princípios de causa e efeito, mas é justo implorar também o auxílio de Deus para aqueles outros homens e mulheres, em condições de saúde e liberdade, que não se poupam a qualquer sacrifício para o exato desempenho dos encargos edificantes que o mundo lhes indicou.A ninguém excluas de tua bondade e compreensão. Somos complementos uns dos outros na Obra Divina. Ninguém se aperfeiçoa sem o concurso de alguém.  Não te iludas com o jogo das aparências.
Deus te situa junto de todos, porque precisas do amparo de todos, e, de algum modo, todos os que te cercam necessitam de ti.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel

quinta-feira, 15 de agosto de 2013

Saúde, doença, enfermidade



 Marta Antunes  Moura

Organização Mundial da Saúde (OMS) é uma agência mundial especializada em saúde, fundada em 7 de abril de 1948 e subordinada à Organização das Nações Unidas, com sede em Genebra, Suíça. À época da criação da OMS, logo após a Segunda Guerra Mundial, havia a preocupação de elaborar uma definição positiva de saúde, que incluísse os aspectos alimentação, atividade física, acesso ao sistema de saúde e  bem estar social, sobretudo este, decorrente da devastação causada pela guerra e pela expectativa da paz que a Humanidade buscava.
Outros aspectos foram incorporados a essa ideia inicial: pela primeira vez uma organização internacional de saúde faz referência à saúde mental e a partir da década de 80 o sentido de ecologia foi incorporado à definição, que ficou assim: Saúde “é um estado de completo bem-estar físico, mental, social e ecológico, não consistindo somente da ausência de uma doença ou enfermidade”. 1,2,3

O fato de a Declaração da OMS considerar saúde como um estado de completo bem-estar passou a ser alvo de críticas logo que o conceito foi publicado, sendo interpretado por uma parcela de estudiosos como um ideal inatingível ou de pouca possibilidade de concretização. Supôs-se, até, que a definição conduziria a uma “medicalização” da existência humana e abusos por parte do Estado, a título de promover a saúde. Por outro lado, os defensores do conceito da OMS alegaram (e alegam) que a definição utópica de saúde é útil porque: 1°) destaca a necessidade de prevenção de doenças; 2°) considera o ser humano de forma integral; 3°) prioriza ações médicas e paramédicas, hospitalares e em nível de políticas de saúde; 4°) concede liberdade para o seu desenvolvimento em todos os níveis da organização social.2

Com base nesse referencial, no discurso de abertura das comemorações do Dia Mundial da Saúde, ocorridas em 7 de abril do ano em pauta, a OMS focaliza a saúde do idoso, assinalando que “uma boa saúde ao longo da vida pode ser acrescida de vida”.1
 Destaca, igualmente, a importância de homens e mulheres idosos não só prolongarem o período de sua existência física, mas que tenham também uma vida produtiva. No final do discurso, proferido pela diretora geral da OMS, a chinesa Margaret Chan enfatiza: “no curso do século atual o mundo terá mais pessoas idosas que crianças. Teremos, então, que reinventar a velhice”.4

Durante as comemorações do Dia Mundial da Saúde, a OMS convida os profissionais de saúde e a população em geral para refletirem sobre o tipo de sociedade que está sendo construída no mundo atual. Lança um apelo aos dirigentes das nações e aos indivíduos comprometidos com os destinos da Humanidade, pedindo-lhes examinarem políticas e medidas que, efetivamente, são consideradas necessárias para adiar o envelhecimento da população e atendê-la privilegiando antes de tudo a saúde. Para se ter uma ideia geral do assunto, acredita-se que, somente na Europa, o número de pessoas com mais de 65 anos será o dobro entre 2010 e 2050.4

Faz-se necessário saber distinguir doença e enfermidade, vocábulos popularmente considerados sinônimos. O significado é diverso, não é a mesma coisa. As Ciências da Saúde designam doença como um distúrbio das funções de um órgão, da psique ou do organismo, visto como um todo, que pode estar associado a sintomas específicos. A doença é, pois, “condição de não estar bem.[...] Uma condição patológica do corpo, que apresenta um grupo de sinais e sintomas clínicos e de achados laboratoriais peculiares à condição e que classifica a condição como uma entidade anormal, diferente de outros estados orgânicos normais ou patogênicos”.5
 Doença é sempre entendida como um distúrbio (patologia) tangível, que pode ser mensurado, e que é produzida por fatores externos (p. ex., infecções por microorganismos) ou por mal funcionamento interno do organismo (doenças autoimunes, metabólicas, genéticas, congênitas, traumáticas etc.), em geral revelados por sinais e sintomas. Sinais são alterações no organismo que podem indicar adoecimento, percebidas ou medidas por profissionais de saúde. Sintomas são alterações relatadas pelo paciente. Enfermidade, por outro lado, é uma manifestação individual e pessoal. Aquilo que o paciente sente ou percebe. Por exemplo: “uma pessoa pode ter uma doença séria, como a hipertensão, mas sem sentir dor ou sofrimento, e assim não estará enferma. Por outro lado, a pessoa pode estar extremamente enferma, p. ex., com histeria ou enfermidade mental, mas sem evidência de doença, segundo a avaliação das alterações patológicas do corpo”.5

Emmanuel faz os seguintes comentários a respeito do conceito de saúde:

Para o homem da Terra, a saúde pode significar o equilíbrio perfeito dos órgãos materiais; para o plano espiritual, todavia, a saúde é a perfeita harmonia da alma, para obtenção da qual, muitas vezes, há necessidade da contribuição preciosa das moléstias e deficiências transitórias na Terra.6

Segundo a Doutrina Espírita, qualquer doença ou enfermidade, por mais superficiais que sejam, têm raízes no Espírito, nas experiências vividas pelo Espírito:

As chagas da alma se manifestam através do envoltório humano. O corpo doente reflete o panorama interior do espírito enfermo. A patogenia é um conjunto de inferioridades do aparelho
 
psíquico.7

Em outra oportunidade, Emmanuel, também nos lembra:

A doença sempre constitui fantasma temível no campo humano, qual se a carne fosse tocada de maldição; entretanto, podemos afiançar que o número de enfermidades, essencialmente orgânicas, sem interferências psíquicas, é positivamente diminuto. A maioria das moléstias procede da alma, das profundezas do ser. Não nos reportando à imensa caudal de provas expiatórias que invade inúmeras existências, em suas expressões fisiológicas, referimo-nos tão somente às moléstias que surgem, de inesperado, com raízes no coração. Quantas enfermidades pomposamente batizadas pela ciência médica não passam de estados vibratórios da mente em desequilíbrio? Qualquer desarmonia interior atacará naturalmente o organismo em sua zona vulnerável. Um experimentar-lhe-á os efeitos no fígado, outro, nos rins e, ainda outro, no próprio sangue. Em tese, todas as manifestações mórbidas se reduzem a desequilíbrio, desequilíbrio esse cuja causa repousa no mundo mental.8

Ante essas orientações, a cura das doenças e das enfermidades reside no próprio Espírito:

E é ainda na alma que reside a fonte primária de todos os recursos medicamentosos definitivos. A assistência farmacêutica do mundo não pode remover as causas transcendentes do caráter mórbido dos indivíduos. O remédio eficaz está na ação do
próprio espírito enfermiço.9

Ponderemos, contudo, que a despeito das doenças terem raízes espirituais, o homem pode e “deve mobilizar todos os recursos ao seu alcance em favor do seu equilíbrio orgânico. Por muito tempo ainda, a Humanidade não poderá prescindir da contribuição do clínico, do cirurgião, do farmacêutico, missionários do bem coletivo. O homem tratará da saúde do corpo até que aprenda a preservá-lo e defendê-lo, conservando a preciosa saúde de sua alma”.10
 

Sendo assim, os estados de saúde e doença estão diretamente relacionados às escolhas que o indivíduo faz, ao bom e mau uso do livre-arbítrio, uma vez que, na vida, a lei de causa e efeito funciona inexoravelmente, ainda que sempre atenuada pela misericórdia divina:

[...] é justo recordar que a criatura, durante a reencarnação, elege, automaticamente, para si mesma, grande parte das doenças que se lhe incorporam às preocupações.11

Em suma, a prevenção e o tratamento de doenças e de enfermidades restringem-se à prática do bem, que é “o único antídoto eficiente contra o império do mal em nós próprios”.12

Referências:
1WHO – Organização Mundial da Saúde. Disponível em: <http://www.who.int/en/> ou em francês: <http://www.who.int/fr/index. html>.
2DEFINIÇÕES DE SAÚDE. Disponível em: <http://www.redehumanizasus.net/3589 definicoes-de-saude>.
3CLAYTON, L. Thomas. [Visiting Scientist Harvard University School of Public Health]. Dicionário médico enciclopédico taber. Trad. Fernando Gomes do Nascimento. 17. ed. brasileira. São Paulo: Manole, 2000. p. 1.583.
4DIA MUNDIAL DA SAÚDE. Disponível em: <http://www.euro.who.int/en/who-wea r e / w h d / w o r l d - h e a l t h - d a y - 2 0 1 2 / news/news/2012/03/healthy-ageing-infocus- on-world-health-day>.
5CLAYTON, L. Thomas. [Visiting Scientist Harvard University School of Public Health]. Dicionário médico enciclopédico taber.
Trad. Fernando Gomes do Nascimento. 17. ed. brasileira. São Paulo: Manole, 2000. p. 524.
6XAVIER, Francisco C. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011. Q. 95.
7______. ______. Q. 96.
8______. Vinha de luz. Pelo Espírito Emmanuel. ed. esp. 1. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011. Cap. 157.
9______. O consolador. Pelo Espírito Emmanuel. 28. ed. 5. reimp. Rio de Janeiro: FEB Editora, 2011. Q. 96.
10______. ______. Q. 97.

CONFIA SEMPRE

Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima de ti mesmo.
Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na terra, mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes os mais desditosos são os que perderam a confiança em Deus e em si mesmo, porque o maior infortúnio é sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te com a aflição ou ameaçando-te com a morte...
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.
*  *  *
                                        Meimei
(Mensagem recebida pelo médium Francisco Cândido Xavier)

Parábolas de Jesus - Texto e Contexto

Destaque Sonoro - Autoestima

quarta-feira, 14 de agosto de 2013

O casaco - ilustrando a Caridade


São Chegados os Tempos - Musica Espirita



EM TORNO  DA  HUMILDADE
Emmanuel

  "Toda boa dádiva a todo Dom perfeito é lá do alto, descendo do Pai das luzes, em quem não pode existir variação ou sombra de mudança”.
- TIAGO. (Tiago, 1:17.).

  Afinal, que possuímos que não devemos a Deus?
  A própria vida de que dispomos se reveste de tanta grandeza e de tanta complexidade, que só a loucura ou a ignorância não reconhecem a Divina Sabedoria em seus fundamentos.
  Para a consideração disso, basta que o homem reflita no usufruto inegável de que se vale na mobilização dos bens que o felicitam no mundo.
  O corpo que lhe serve de transitória moradia é uma doação dos Poderes Superiores, por intermédio do santuário genético das criaturas.
  Os familiares se lhe erigem como sendo apoios de empréstimo.
  A inteligência se lhe condiciona a determinados fatores de expressão.
  O ar que respira é patrimônio de todos.
  As conquistas da ciência, sobre  as quais baseia o progresso, são realizações corretas, mas provisórias, porquanto se ampliam consideravelmente, de século para século.
  Os seus elementos de trabalho são alteráveis de tempo a tempo.
  A saúde física é uma dádiva em regime de comodato.
  A fortuna é um depósito a título precário.
  A autoridade é uma delegação de competência, obviamente transferível.
  Os amigos são mutáveis na troca incessante de posições, pela qual são frequentemente chamados a prestação de serviço, segundo os ditames que os princípios de aperfeiçoamento ou de evolução lhes indiquem.
  Os próprios adversários, a quem devemos preciosos avisos, são substituídos periodicamente.
  Os mais queridos objetos de uso pessoal passam de mão em mão.
  Em qualquer plano ou condição de existência, estamos subordinados à lei da renovação. À vista disso, sempre que nos vejamos inclinados a envaidecer-nos por alguma coisa, recordemos que nos achamos inelutavelmente ligados à Vida de Deus que, a benefício de nossa própria vida, ainda hoje tudo pode rearticular, refundir, refazer ou modificar.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel


DOENTES  EM  CASA
Emmanuel

  "E a paz de Deus domina em vossos corações para a qual também fostes 
chamados em um corpo, e sede agradecidos”.- PAULO (Colossenses, 3:15.).

  Se abordasses agora o Plano Espiritual, para lá da morte física, e aí encontrasses criaturas queridas em dificuldades, que farias?
  Aqui, talvez surpreendesses um coração paterno em frustração, mais além abraçarias um companheiro ou um associado, um filho ou um irmão, carregando o resultado infeliz de certas ações vividas na terra...
  Que comportamento adotarias se as Leis Divinas te outorgassem livre passaporte para as Esferas Superiores facultando-te, porém, a possibilidade de permanecer com os seres  inesquecíveis, em tarefas de amor?
  Decerto, estarias a decidir-te pela opção insopitável. Não desejarias compartilhar os Céus com a dor de haver abandonado corações inolvidáveis à sombra transitória a que se empenham com os próprios erros.
  Reconhecê-los-ias por doentes reclamando proteção. Demorar-te-ias junto deles, na prestação do auxílio necessário.
  Referimo-nos à imagem para considerar que os parentes enfermos ou difíceis são criaturas,  às quais, antes do berço em que te refizeste no Plano Físico, prometeste amparo e dedicação.
  Nascem no grupo familiar, realmente convidados por ti mesmo ao teu convívio, para que possas assisti-los no devido refazimento.
  Entendemos no assunto que existem casos para os quais a segregação hospitalar demorada e distante é a medida que não se pode evitar, mas se tens contigo alguém a quem ames, ergues-se por teste permanente de compreensão e paciência, no instituto doméstico, não afastes esse alguém do clima afetivo em que te encontres, sob o pretexto de asserenar a família ou beneficiá-la.
  Guarda em tua própria casa, tanto quanto puderes, os parentes portadores de provações e não lhes decretes o exílio, ainda mesmo a preço de ouro. Apóia-os, qual se mostrem as necessidades e lutas que lhes marcam a existência, na certeza de que todos eles são tesouros de Deus, em tarefas sob a tua responsabilidade, ante a assistência e a supervisão dos Mensageiros de Deus.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel




ESTADO  MENTAL
Emmanuel

  “... E vos renova no espírito do vosso sentido..." - PAULO. (Efésios, 4:23.).

  A carga de condições menos felizes que trazemos de vidas passadas pode, comumente,  acarretar-nos difíceis provações e privações, de caráter negativo, quando de nossa permanência na terra.
  Provavelmente, não teremos a equipe familiar tão unida como desejaríamos e nem contamos ainda com ideais de elevação, em todos os seres queridos, segundo as nossas aspirações.
  A atividade profissional, com muita frequência, não é aquela que mais se nos harmoniza com o modo de ser, porquanto, em muitos lances da experiência, somos forçados à execução de tarefas menos agradáveis, para a regeneração de nossos impulsos inferiores.
  A situação social, bastas vezes, não é a que sonhamos, de vez que múltiplas circunstâncias nos impelem a realizar cursos de paciência e de humildade no anonimato educativo.
  Obstáculos de ordem econômica, em muitos casos, se erigem como sendo cárceres de contratempos incessantes, nos quais devemos praticar o respeito aos bens da vida, aprendendo a usá-los sem abuso e sem desperdício.
  Às vezes, não possuímos, no mundo, nem mesmo o corpo físico que nos corresponda à estrutura psicológica, a fim de que saibamos trabalhar, com vistas aos nossos próprios interesses para a Vida Superior.
  Indiscutivelmente, nem sempre conseguimos eleger as ocorrências que nos favoreçam os melhores desejos, mas podemos, em qualquer posição, escolher o estado mental justo para aceitá-las com a possibilidade de convertê-las, em trilhas de acesso ao infinito Bem; e, depois de aceitá-las, construtivamente, verificamos que a Bondade de Deus nos concede a bênção do trabalho, na qual ser-nos-á possível ajudar-nos para que o Céu nos ajude, abreviando qualquer período de prova, renovando o campo íntimo, sublimando a existência e acendendo a luz inapagável do espírito, em nosso próprio destino, para a edificação do futuro melhor.

 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel

ANTE O DIVINO SEMEADOR





“Ouvi: eis que saiu o semeador a semear. . . “ – JESUS. (Marcos. 4:3.)

  Jesus é o Semeador da Terra e a Humanidade é a Lavoura de Deus em Suas Mãos.
  Lembremo-nos da renúncia exigida à semente chamada à produção que se destina ao celeiro para que não venhamos a sucumbir em nossas próprias tarefas.
  Atirada ao ninho escuro da gleba em que lhe cabe desabrochar, sofre extremo abandono, sufocada ao peso do chão que lhe esmaga o envoltório. Sozinha e oprimida, desenfaixa-se das forças inferiores que a constringem, a fim de que os seus princípios germinativos consigam receber a bênção do céu.
  Contudo, mal se desenvolve, habitualmente padece o assalto de vermes que lhe maculam o seio, quando não experimenta a avalancha de lama, por força dos temporais.
  Ainda assim, obscura e modesta, a planta nascida crê instintivamente na sabedoria da natureza que lhe plasmou a existência e cresce para o brilho solar, vestindo-se de frondes tenras e florindo em melodias de perfume e beleza para frutificar, mais tarde, nos recursos que sustentam a vida.
  A frente do semeador sublime, não esmoreças ante os pesares da incompreensão e do isolamento, das tentações e das provas aflitivas e rudes.
  Crê no Poder Divino que te criou para a imortalidade e, no silêncio do trabalho incessante no bem a que foste trazido, ergue-te para a Luz Soberana, na certeza de que, através da integração com o amor que nos rege os destinos, chegarás sob a generosa proteção do Celeste Pomicultor, à frutificação da verdadeira felicidade.
 Francisco Cândido Xavier - Livro Ceifa de Luz - Pelo Espírito Emmanuel





A HISTORIA DE ROSANGELA



ROSANGELA  MARIA  SONVESSO

Rosangela aos 22 anos estava fazendo pós-graduacao em Matemática na Universidade de São Paulo (USP) e preparava-se já para o doutoramento, enquanto exercia o cargo de professora de matemática em escola secundária.
Alguns meses antes de seu falecimento, devido a um aneurisma cerebral, Rosangela fizera a sua mãe um pedido: se algum dia ela partisse, que entregasse uma jóia recebida como presente de seu namorado Joel, para que ele a desse a sua filha, que algum dia haverá de nascer.
Este fato era apenas do conhecimento de sua mãe, dona Maria Helena e é mencionado nesta correspondência inter-planos de existência.
Dias antes do desencarne, comentou que, quando morresse, gostaria de receber flores do campo para enfeita-la. E ela refere-se em agradecimento a isto, pois seus pais fizeram seu gosto.
Eles, após o recebimento desta primeira mensagem, ora publicada (já enviou mais seis), tornaram-se espíritas e passaram a trabalhar com maior força a benefício do próximo.
Estas são as  palavras de sua mãe Maria Helena:
“Agradeço a Jesus, e peço a ele pelo nosso querido Francisco Cândido Xavier, pois foi através de sua bendita psicografia que pudemos reencontrar nossa Rosangela e assim criar novas forças para viver.
Jesus o abençoe sempre”.

Maria Helena de Jesus Sonvesso


Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:
Pais: Maria Helena de Jesus Sonvesso e Divino Santo Sonvesso.
Irmão: Carlos Roberto Sonvesso.
Tia Oneida, por parte do pai de Rosangela, e mãe de João Carlos.
Juliana Maria de Jesus, bisavó materna, desencarnada a 09 de julho de 1968.
Ângela Galli Sonvesso, bisavó paterna, desencarnada a 08 de fevereiro de 1956.

“Mãe,
Abençoa-me. Sinto conosco a presença espiritual de meu pai, o papai Divino, que estimaria acompanhar-nos. Refiro-me a isso, porque não desejo possa ele se julgar esquecido.
Um ano transcorreu. Num momento qual este em que a vejo de mais perto, como que se rearticulam na memória todas as impressões do corpo, a desmoronar-se por falta de comando mental.
Aliás, para nós ambas, aquela queda súbita de forças não foi novidade. Tudo estava confirmado em meus pressentimentos. Passei por vários sonhos, que mais se me afiguravam reencontros. Parentes queridos a me falarem da volta, amigos que me prediziam o despertar em nossa vida verdadeira.
Instantes surgiram em que parecia ainda sob a impressão de algum desequilíbrio, tão nítidas se me faziam as lembranças de quanto via e ouvia à distância do meu próprio corpo físico.
Quando me vi sem energias para sustentar a mim própria, no dia 19, compreendi sem a possibilidade de transmitir aos meus apontamentos que me abreviavam da fase terminal da existência breve.
Lembro-me que me conduziram ao hospital, de modo a verificar que providências seriam cabíveis para as melhoras positivas que me desejavam, e escutava-lhes as palavras referindo-se à violência do meu problema orgânico. O desejo de me expressar era muito grande, mas não mais dispunha do controle da palavra e a única porta que me restava para a saída de mim mesma era a oração, a que me agarrei no silêncio, cortado pelos ruídos da enfermagem no tratamento de sustentação.
Mamãe querida, se não lhe foi fácil a despedida de sua criança que era eu mesma, aos vinte e dois janeiros de idade, para mim a separação foi uma cirurgia cruel. No corpo não registrava qualquer dor, no entanto, por dentro de mim, palpitava o anseio de dialogar com os meus, sem a mínima chance para isso. Não sabia o que fosse noite ou dia, porque tudo permanecia obscuro à minha visão. Achava-me sob espessa neblina que me oferecia ensejo de inter-câmbio com aqueles que mais amo.
Na manhã de 21 de agosto passado, notei que a nuvem que me cobria de todo se abria num lance estreito e, por semelhante abertura, via a face da vovó Juliana, que me acenava, com carinho. Assinalei uma alegria profunda no coração, porque não me sentia tão só, naquele estado avançado de quase libertação do veículo físico e, depois de muitas tentativas para o intercâmbio com a vovó Juliana, observei que me deslocava no leito, tornando-me mais leve... Ouvia as vozes discretas, as considerações aflitivas do papai e roguei a Jesus nos consolasse a todos, porque a minha hora havia chegado.
Benditos momentos! Revi todos os episódios de minha curta existência e lamentei não me fosse concedido mais tempo para continuar ao lado da família...
Entre preces e divagações, esperava, esperava...
Até que vovó Juliana se me fez mais intensamente visível e me comunicou carinhosamente:
“Minha querida Rosa, agora você vai para outro jardim. Um jardim de bênçãos em que muitas afeições nos aguardam”.
Pensamentos a me turbilhonarem no cérebro cansado, ainda formulei negativas:
“Bisa querida”, mentalizei, “peça por favor a Jesus para que eu fique ainda... Minha mãe, o pai, Carlos Roberto me esperam, a senhora que foi sempre maravilhosa, rogue ao Senhor me conceda mais tempo...”
A benfeitoria querida tomou a palavra, explicando-me: “Rosa, tudo estaria bem se você retornasse à saúde, mas compreenda... A ruptura de vasos importantes já se verificou... Filha querida, não se recuse à aceitação da lei de Deus. Pense. Você já está em oração fora de seu próprio cérebro... Não peça o impossível, e atendamos à certeza de que Deus nos oferece sempre o melhor!”
Então, mãe querida, chorei e me rendi àquele sono pesado com que me acomodei sem querer.
Observando-me partida em meus próprios sentimentos, ouvia o seu choro discreto e os gemidos do papai, no pranto que lhe corria dos olhos. Experimentava o aroma das flores que me cobriam e descansava... Estava ali e não estava. Era eu mesma a marcar as impressões derradeiras na experiência física, no entanto, reconhecia-me hesitante, estranha e fora de mim...
Não entendia da morte, mas depois vim a saber que vínculos invisíveis ainda me atavam ao corpo inerte e registrava, sem querer, aquele entardecer da mente no qual eu não sabia o que fosse dia ou noite, sombra ou luz. Por mim, o que me pareceu sono pesado se fez mais pesado ainda e perdi-me num silêncio total.
O despertamento veio, ao lado da querida benfeitora que me orienta o desligamento.
Não foi sem surpresa para não dizer assombro que me conscientizei da desencarnação. Não precisei de muitas explicações, porque a bondade de Deus me dera dois dias importantes para meditar... ali no clima do hospital fizeram um curso rápido de transformação espiritual. Achava-me entre dois mundos diferentes, aquele que me fora familiar e o outro em que me cabia entrar sob outra forma.
O que choramos na intimidade, já sabemos, porque me via unida às suas aflições e o seu coração me percebia as saudades imensas. A dor do papai e do irmão querido repercutia dentro de mim, no entanto a querida bisa Juliana me tutelou inteiramente, recolhendo em meu benefício o comando de outros amigos. A querida nona Sonvesso me estendeu o coração e sua filha vai recuperando a espiritualidade em que preciso agora viver.
Mãe, agradeço-lhe tudo o que fez por mim, sou grata ao seu gesto, restituindo ao estimável Joel o presente valioso que, pelo valor, não deveríamos conservar conosco. E quanto possível, agradeço quando semelhante reconforto se me faz concedido, todas as atenções que ele me deu.
Agradeço, mamãe as suas flores. Perdoe-me se eu desejava as do campo. Imaginando-me não longe da partida, queria aqueles que houvessem nascido naturalmente na terra, cujo seio se abriria também para mim. Querida mãe, encontrei no mundo em sua presença, a minha melhor companheira. Recebe meu reconhecimento com meu pai pelas orações que me ofereceram.
Recebi todos os ofícios da fé religiosa com veneração e alegria. Todas essas bênçãos me confortaram e por isso, aqui me vejo com a nossa benfeitora afim de lhes agradecer por tudo o que recebi. Deus os recompense. Ao querido irmão o meu abraço de carinho, esperando possa ele se realizar nos melhores empreendimentos na vida.
A tia Oneida não está sem proteção. Muitos amigos e parentes nossos estão auxiliando ao querido João Carlos.
Mãe, aqui estará o ponto final. Não posso delongar-me porque a emoção que me vem à cabeça e as recordações carregadas de saudades são muitas e muito densas as imagens que se formam por dentro de mim e por isso reúno-a com o papai e com o irmão querido no meu carinho e no meu reconhecimento.
Mãe querida, guarde os muitos beijos de sua filha, sempre sua filha e companheira de todos os dias, sempre a sua
Rosângela Maria Sonvesso.”

Fonte: Livro “Esperança e Alegria” - Psicografia – Francisco C. Xavier - Autores Diversos




ESPERANÇA E ALEGRIA



CLEIDE  APARECIDA  RODRIGUES  DE  ALMEIDA

Cleide, aos 20 anos, trabalhava como recepcionista da WEA Discos Ltda e preparava-se para entrar em uma faculdade de jornalismo.
Fortes chuvas desabavam sobre São Paulo, mas ela não poderia imaginar que o Rio Tamanduateí, cujo leito ultrapassava seu curso normal, pudesse estar tão voraz.
O automóvel em que estava foi tragado pelas águas e Cleide partiu deste mundo.

Estas são palavras de sua família:
“O desencarne de nossa Cleide foi um tremendo golpe para todos nós. Sua mensagem nos trouxe uma nova motivação para viver. Saber que tudo continua e que ela está sempre nos ajudando e dando força espiritual é um enorme conforto e motivo de muita alegria.
É um ponto de partida para novos conhecimentos e novas realizações no auxílio aos nossos irmãos mais carentes.
Agradecemos a Deus e ao nosso querido Chico Xavier por tudo de bom que a mensagem de nossa Cleide trouxe para toda a família”.

Maria Aparecida e Jorge

Rodrigues de Almeida

Esclarecimentos sobre o texto da mensagem:
Pais: Maria Aparecida Almeida e Jorge Rodrigues de Almeida.
Irmãos: Cleusa e Cláudio de Almeida.
Nelson Castro Dantas: amigo de trabalho que desencarnou no mesmo acidente.
Tio em segundo grau – José Peroba dos Santos.
Padre Victor de Três Pontas – Pe. Francisco de Paula Victor, já desencarnado.
Sonia e Crislene – amigas de Cleide.
Vovó Maria Margarida da Conceição – bisavó já desencarnada.

MENSAGEM
“Querida mamãe Cida e querida Cleusa,
Estou aqui nestas linhas tentando identificar-me com vocês, nas mesmas preces em que rogamos a bênção de Deus, em auxílio a nós todos.
Compreendo que o desejo de intercâmbio que lhes move os pensamentos será motivado pela mesma causa através da qual venho a vocês para afirmar-lhes que estou melhor.
Aquela terça-feira de carnaval, para nós, foi realmente uma noite de redenção pela dor.
Quando nos afastamos de casa para alguns minutos de entretenimento, ignorávamos que nos púnhamos a caminho de um ponto alto de vossa vida espiritual.
A Terra física apresenta dessas surpresas.
Por vezes, a criatura mentaliza a ausência rápida no rumo de uma festa, desconhecendo que segue instintivamente ao encontro da morte.
Não digo isso por pessimismo, falo de outro ângulo da vida, reconhecendo que a morte do corpo é simples mudança.
Entretanto, não consigo reportar-me ao acontecimento fora dos padrões de entendimento que regem as nossas opiniões em família no plano físico e por isso, rogo não só à mãezinha, a meu pai, à Cleusa e Cláudio pra que não choremos senão de reconhecimento a Deus pelo fato da vida não nos cercear a necessidade do resgate de certas contas que jazem atrasadas no livro do tempo.
É verdade que o nosso veículo rodou no asfalto da tua para o curso do Tamanduateí, compelindo o nosso amigo Nelson e a mim própria à desencarnação violenta, mas é possível imaginar que os automóveis de hoje substituem as carruagens de ontem e sempre existiram perigosos cursos d´água, sobre os quais muitos delitos foram cometidos e ainda são perpetrados até hoje por espíritos que se fazem devedores perante as leis Divinas.
O companheiro e eu estávamos empenhados a certa dívida do pretérito que, pela misericórdia do Senhor, fomos chamados a ressarcir, em nosso próprio benefício.
Deixo aos familiares queridos o trabalho de complementarem por imaginação o que me proponho a dizer e volto a assegurar-lhes que estou satisfeita, conquanto as saudades que são luzes inextinguíveis no coração.
Felizmente, como o auxílio dos amigos tio José e do nosso benemérito Padre Victor, conseguimos observar o Nelson reintegrado espiritualmente na equipe familiar a que pertence.
E as amigas Sonia e Cristina já se descartaram das recordações amargas da noite em que se fizeram de novo ao solo, já que o nosso débito não as envolvia.
Deus as abençoe nas tarefas em que se encontram e conserve a nossa casa repleta de paz e esperança que, por mercê de Deus, já nos permitimos usufruir. A vovó Maria Margarida e o tio prosseguem na mesma dedicação com que me acolheram e desejo noticiar-lhes que após a retirada de meu pobre corpo das águas à frente do santuário de Pirapora, fui conduzida a tratamento, e os amigos de nosso pessoal solicitaram ao médico Dr. Augusto Silva, que brilhou em Lavras, me dispensasse os cuidados de que me via carente.
Graças a Deus e à intervenção de tantos afetos sinto-me encorajada a retomar o trabalho que me espera e no qual conto com a possibilidade de ser útil aos nossos companheiros necessitados ou mais necessitados do que nós mesmos.
Quem sabe guardarei atribuições de colaborar em auxílio de quantos se dirigem para as festas do Mundo? Penso de mim para comigo que será esse um nobre encargo no qual encontrarei o meu campo de partida para novos conhecimentos e novas realizações.
Nesse sentido, querida mamãe Aparecida, continue orando em meu apoio.
Devo tanto às preces de casa e às vibrações de amor que o lar me endereça que não vacilo em pedir as intercessões, junto à nossa Cleusa, para que me fortaleça e abrace os meus novos deveres com alegria.
Aqui termino com a idéia que não lhes escrevi como desejava e sim como pude.
Estou reconhecida à compreensão e à generosidade com que interpretaram a provação que me abriu passagem para a vida diferente em que me encontro agora e pelo a Deus os recompense a todos.
E para a querida mãezinha Cida, deixo nestas páginas todo o carinho e toda a gratidão da filha que lhe deve tudo de melhor que traz na própria alma, sempre a sua filha e companheira de todos os instantes.
Cleide Aparecida Rodrigues de Almeida.”

Fonte: Livro “Esperança e Alegria” - Psicografia – Francisco C. Xavier - Autores Diversos




Dádiva




Uma dádiva existe
Que só nasce de ti.
Ninguém pode comprá-la,
Nem conquistá-la à força. 
Surge apenas contigo,
Por luz que o Céu te deu.
Podes doar com ela
Vida e conforto a muitos.
Ninguém pode entregá-la,
Senão tu que a ofereces.
É o sorriso, no qual
Deus se mostra por ti.

                 Emmanuel

Francisco Cândido Xavier - Livro: “Algo Mais”

SINAIS


Sua conversação dirá das diretrizes que você escolheu na vida.
Suas decisões, nas horas graves, identificam a posição real de seu espírito.
Seus gestos, na luta comum, falam de seu clima interior.
Seus impulsos definem a zona mental em que você prefere movimentar-se.
Seus pensamentos revelam suas companhias espirituais.
Suas leituras definem os seus sentimentos.
Seu trato pessoal com os outros esclarece até que ponto você tem progredido.
Suas solicitações lançam luz sobre os seus objetivos.
Suas opiniões revelam o verdadeiro lugar que você ocupa no mundo.
Seus dias são marcas no caminho evolutivo.
Não se esqueça de que compactas assembléias de companheiros encarnados e desencarnados conhecem-lhe a personalidade e seguem-lhe a trajetória pelos sinais que você está fazendo.

Do livro: Agenda Cristã
Psicografia: Francisco Cândido Xavier

domingo, 15 de agosto de 2010

O Tempo



A maioria dos homens não percebe ainda os valores infinitos do tempo.


Existem efetivamente os que abusam dessa concessão divina. Julgam que a riqueza dos benefícios lhes é devida por Deus.


Seria justo, entretanto, interrogá-los quanto ao motivo de semelhante presunção.


Constituindo a Criação Universal patrimônio comum, é razoável que todos gozem as possibilidades da vida; contudo, de modo geral, a criatura não medita na harmonia das circunstâncias que se ajustam na Terra, em favor de seu aperfeiçoamento espiritual.


É lógico que todo homem conte com o tempo, mas, se esse tempo estiver sem luz, sem equilíbrio, sem saúde, sem trabalho?


Não obstante a oportunidade da indagação, importa considerar que muito raros são aqueles que valorizam o dia, multiplicando-se em toda parte as fileiras dos que procuram aniquilá-lo de qualquer forma.


A velha expressão popular “matar o tempo” reflete a inconsciência vulgar, nesse sentido.


Nos mais obscuros recantos da Terra, há criaturas exterminando possibilidades sagradas. No entanto, um dia de paz, harmonia e iluminação, é muito importante para o concurso humano, na execução das leis divinas.


Os interesses imediatistas do mundo clamam que o “tempo é dinheiro”, para, em seguida, recomeçarem todas as obras incompletas na esteira das reencarnações... Os homens, por isso mesmo, fazem e des¬fazem, constroem e destroem, aprendem levianamente e recapitulam com dificuldade, na conquista da experiência.


Em quase todos os setores de evolução terrestre, vemos o abuso da oportunidade complicando os caminhos da vida; entretanto, desde muitos séculos, o apóstolo nos afirma que o tempo deve ser do Senhor.

Mensagem extraida do livro: Caminho,Verdade e Vida, edição FEB - Chico Xavier- psicografia do Espírito Emamauel

CONTEMPLA MAIS LONGE



     “Porque com a mesma medida com que medirdes também vos medirão.”


                      Jesus. (Lucas, 6:38).



Para o esquimó, o céu é um continente de gelo, sustentado a focas.
Para o selvagem da floresta, não há outro paraíso, além da caça abundante.
Para o homem de religião sectária, a glória de além-túmulo pertence exclusivamente a ele e aos que se lhe afeiçoam.
Para o sábio, este mundo e os círculos celestiais que o rodeiam são pequeninos departamentos do Universo.
Transfere a observação para o teu campo de experiência diária e não olvides que as situações externas serão retratada em teu plano interior, segundo o material de reflexão que acolhes na consciência.
Se preferes a tristeza, anotarás o desalento, em cada trecho do caminho.
Se duvidas de ti próprio, ninguém confia em teu esforço.
Se te habituaste às perturbações e aos atritos, dificilmente saberás viver em paz contigo mesmo.
Respirarás na zona superior ou inferior, torturada ou tranqüila, em que colocas a própria mente. E, dentro da organização na qual te comprazes, viverás com os gênios que invocas. Se te deténs no repouso, poderás adquiri-lo em todos os tons e matizes, e, se te fixares no trabalho, encontrarás mil recursos diferentes de servir.
Em torno de teus passos, a paisagem que te abriga será sempre em tua apreciação aquilo que pensas dela, porque com a mesma medida que aplicares à Natureza, obra viva de Deus, a Natureza igualmente te medirá.


                                                        Emmanuel



Pão Nosso – Psicografia: Francisco Cândido Xavier – Ed.: FEB.

Imagem de pai

Existe um homem que se esmera no cumprimento do dever para dar bom exemplo. Quando precisa chorar, o faz à distância, a fim de não ser visto, nem preocupar os que o cercam. Mesmo porque, por vezes, são eles mesmos a causa das suas lágrimas doridas.



Esse homem quase sempre é chamado de desatualizado, embora esteja sempre pronto para ofertar uma palavra orientadora ou relatar fatos felizes que podem ser imitados.


Poderia se exaltar muitas vezes, mas não o faz, preferindo a serenidade para melhor ensinar.


Em certas oportunidades, passa noites maldormidas a pensar na melhor maneira de transmitir ensinamentos aos que são sua responsabilidade.


Fisicamente passa distante o dia inteiro. O seu é o objetivo de um futuro melhor para os que tem sob a sua guarda. Mesmo extremamente cansado, arranja forças para distribuir confiança.


Humano e sensível tem capacidade de chegar às lágrimas de emoção ao perceber o triunfo daqueles que ama. Emociona-se e se orgulha dos feitos dos seus amados.


Quando retorna ao lar, ao final da jornada, distribui carinho, dá do seu tempo, mesmo que não receba na mesma intensidade. Sem cobranças. Sem exigências.


Quando deixa de existir na Terra, toma dimensões imensuráveis e passa a ter um grande valor.


Falamos a respeito do melhor amigo, o pai. Normalmente, quando crianças, acreditamos que o pai é aquela criatura que tudo sabe. Ele é o maioral, tudo pode.


Quando aportamos à adolescência, nossa opinião se modifica e principiamos a cogitar de que nosso pai se engana em quase tudo o que diz.


Quando chegamos à juventude e enfrentamos o mercado de trabalho, acreditando-nos semideuses, o nosso conceito é de que nosso pai está bastante atrasado em suas teorias. Meio desatualizado, ultrapassado.


Mais alguns anos e a nossa é a certeza de que ele não sabe nada mesmo. Iludidos pelo sucesso aparente dizemos que, com a nossa experiência, nosso pai poderia se tornar um milionário.


Basta, contudo, que a madureza nos alcance para principiarmos a pensar um pouco diferente. Passamos à posição de que, talvez, ele pudesse nos aconselhar. Afinal, ele tinha ideias notáveis, nem sempre bem aproveitadas, é certo.


É a hora em que gostaríamos muito de ter nosso pai ao lado para nos falar da sua sabedoria. É o momento que lamentamos, muitos de nós, que ele já não esteja na Terra e lastimamos a sua ausência física.


                                               * * *


Quase sempre passamos a apreciar o valor das coisas e dos conceitos de tudo quanto nos cerca, na medida dos conhecimentos e valores que tenhamos já sedimentado no íntimo.


Não há dúvida de que nos pouparemos de muitos dissabores e riscos se soubermos dar mais atenção ao que nos dizem as pessoas mais experientes.


Será bastante inteligente de nossa parte se soubermos nos servir daqueles que já passaram pelos caminhos que pretendemos trilhar. E, em se tratando dos pais, uma certeza a mais podemos guardar: a de que são nossos melhores amigos.



Redação do Momento Espírita, com base no texto

O que o filho pensa do pai, de autoria desconhecida,

do texto Imagem de pai, de Mário Ottobont e do texto

A sabedoria dos mais velhos, de autoria desconhecida

Em 06.08.2010.

Cansaço do Bem


Conta-se que Teresa D' Ávila, em uma de suas viagens pela Espanha, cujo objetivo era abrir novas casas da Ordem das Carmelitas Descalças, foi surpreendida por uma tempestade.



Os ventos e a chuva se fizeram presentes rapidamente, no momento em que ela atravessava uma ponte bastante frágil.


Percebendo como a ponte sacudia e também o volume das águas do rio que crescia, ela se apavorou e suplicou a Jesus que a protegesse.


O vendaval continuou e ela, com imenso esforço, conseguiu alcançar a outra margem.


Molhada, cansada e nervosa, constatando que a chuva prosseguia torrencial, reclamou:


É assim que o Senhor trata àqueles que O amam?


Mas, logo depois, reflexionando um pouquinho, falou baixo:


É por isso que são bem poucos aqueles que O amam.


Provavelmente, as palavras da monja são verdadeiras. Ela conhecia o quanto de esforço se exige daqueles que desejam fazer o bem, semear luzes nas consciências e espalhar consolo.


Para ela, naquela época medieval, bem mais difícil, tendo que lutar com a ignorância e o fanatismo dos homens.


Contudo, jamais desanimou, não desistiu nem se frustrou. Mesmo quando o corpo doente se dobrava ao cansaço, pelos sacrifícios que se impunha, ia adiante, decidida.


O exemplo de Teresa D' Ávila bem nos serve. Reclamamos, quando nos encontramos servindo aos necessitados, das condições e das asperezas das tarefas.


Reclamamos que aqueles a quem atendemos, doando do nosso tempo e das nossas horas de lazer, de descanso, se mostram mal agradecidos e sempre exigindo mais.


Reclamamos das crianças pobres que se mostram mal educadas e agressivas. Reclamamos dos doentes que, mesmo privando da nossa presença e dos pequenos mimos que lhes levamos, continuam depressivos e desanimados.


Apontamos as falhas dos serviços da creche, do velhanato, do asilo ou do hospital em que servimos, de forma voluntária, dizendo de como a administração não colabora em nada para a realização daquilo que nos propomos.


Reclamamos e nos desanimamos, chegando a abandonar a tarefa.


As tarefas do mundo, sempre que interrompidas, podem ser recomeçadas. No entanto, aquelas que têm por objetivo iluminar vidas, quando abandonadas, deixam marcas nas almas.


Importante, pois, seguir no propósito de fazer o bem, recordando Jesus.


Por maior fosse a multidão que O seguisse, Ele se preocupava com as suas necessidades e jamais deixou de atender alguém.


Compadecido dos que O buscavam, porque os via como crianças espirituais mais preocupados com a saúde do corpo do que com as questões da alma, Ele os atendia.


Usava a palavra de esclarecimento e auxiliava os caídos a se reerguerem.


Jesus tudo fazia com amor, sem jamais reclamar...


* * *


O bem que se faz não pode fazer mal a quem o pratica. Seria irracional, sem justificativa.


O bem possui uma dinâmica própria que renova as forças e estimula a coragem para a luta.


O que pode ocorrer é o cansaço do corpo, que logo se recupera pelo repouso. Mas o desinteresse, o tédio e a fadiga contínua, quando no exercício do bem, são sintomas de enfermidade da alma.


O bem, pelo prazer de servir, é fonte constante de bom ânimo e esperança.



Redação do Momento Espírita, com base no cap. 17, do

livro Sendas luminosas, pelo Espírito Joanna de Ângelis,

psicografia de Divaldo Pereira Franco, ed. Leal.

Em 12.08.2010.